THOMAZ ALBORNOZ
Nasceu em 18 de dezembro de 1888, em uma casa humilde, na zona do Upamaroti, em Sant’Ana do Livramento.
Filho de Pedro Albornoz, catalão, e de Margarida Larré Albornoz, filha de um vasco francês. Desde tenra idade educou-se o jovem Thomaz na rude escola do trabalho, já que quando tinha apenas dois anos de idade faltou-lhe o pai, prematuramente falecido.
Iniciou seus estudos no modesto colégio rural de sua zona. Porem, aos treze anos teve que vir trabalhar na cidade, empregando-se em um comercio e estudando a noite.
Em 1908, aos 19 anos, já se estabelecia com um armazém de varejo, e em seguida, pelo seu dinamismo e inteligência converteu seu negócio em atacado, importando e exportando, e tornando sua firma logo após conhecida em todo os Estado e Exterior. Mais tarde começou a dedicar-se ao ramo de barraca de lãs e frutos do país sendo à época líder desse comercio no Rio Grande do Sul. Em 1939 seu genro Luis Alberto Serralta começou a trabalhar com ele. Posteriormente todos os outros filhos e genro também o fizeram. A empresa prosperou muito e possuía representantes nos principais paises da Europa e América do Norte.
Paralelamente desenvolveu a atividade Pecuária no Rio Grande e na Republica Oriental do Uruguai. Sob sua Direção imprimiu uma gestão empresarial em suas estâncias, organizações exemplares a sua época. Mais de 80.000 hectares de terras de primeira qualidade nos dois paises eram povoadas por aproximadamente 50.000 bovinos e 130.000 ovinos. Thomaz Albornoz era o maior comprador de touros nos remates do Uruguai e a produção de lã de suas estâncias nos dois paises ultrapassava 500.000 Kg anuais.
Forte acionista do antigo Banco da Província pensou criar seu próprio estabelecimento bancário. Espírito progressista, entretanto, concordou e apoiou a iniciativa de seus filhos e genros, então já seus sócios, de criar uma industria de lã em sua terra natal, o Lanifício Thomaz Albornoz, apesar da convicção de que seria muito mais conveniente implementa-la em São Paulo.
Thomaz Albornoz, embora sua extensa atividade empresarial não foi homem limitado a cuidar de seus próprios interesses. Em vida auxiliou todas as entidades de beneficência de Sant’Ana do Livramento, sempre com generosos donativos. No campo da educação também deu seu amparo. Ai está, por exemplo, o hoje denominado Colégio Celina Vares Albornoz, uma iniciativa dele e de sua esposa Celina. Prestou inestimável serviço a Associação Rural e, sobretudo, a Associação Comercial e Industrial de Livramento (ACIL) da qual foi sempre um dos principais esteios.
Casado com Celina Vares teve sete filhos: Jovita, Loyva, Dilney, Thomaz, Ney, Luiz Pedro e Maria Helena. Em 1966, muito abalado pela perda de sua esposa e companheira de toda a vida, Celina, veio a falecer no Rio de Janeiro, no Hotel Copacabana Palace, aonde acompanhava um de seus filhos que se encontrava em tratamento de saúde.
A Estância Santa Jovita, hoje propriedade de seu neto Francisco Luis Albornoz Serralta, não tem origem direta de Thomaz Albornoz. Entretanto foi o patrimônio formado por ele a base que possibilitou a seu genro Luis Alberto Serralta adquirir as primeiras áreas, complementadas posteriormente por aquisições feitas pelos seus filhos. Foi formada assim a Estância Santa Jovita, localizada na Capela Queimada, lugar histórico, origem da cidade de Alegrete. O nome é em homenagem a primeira filha de Thomaz Albornoz, esposa de Luis Alberto e mãe de Francisco. No Uruguai, nas nascentes do Rio Arapey, localiza-se a Estância Santa Fé, a outra propriedade de Francisco, e que tem origem em parte da Estância Cruzeiro do Sul, uma das primeiras propriedades de Thomaz Albornoz naquele pais.
Amor ao trabalho, caráter sem mácula e homem feito por si, Thomaz Albornoz deixou aos seus descendentes um exemplo que deve ser perpetuado.